Lamento o lamentável, mas me alegro no amar!

Lamento a falsa perfeição do perfeccionismo: o buscar a perfeição de forma escravizante, fundamentalista, cega nos sentimentos ou da razão. Assim como a perfeição fora do amor, fora da felicidade, fora da vida. A busca de preciosismos nada preciosos... Lamento quando se buscam a Palavra de Deus sem buscá-La nos membros de Seu Corpo (que é a Igreja), perquirindo conhecer a Palavra de Deus sem experimentar o amor, sem ouvir os que Deus consagrou. Lamento haver quem busque o amor de Deus sem ir ao encontro das pessoas, especialmente as excluídas. Lamento a busca pela Palavra de Deus como se ela estivesse de forma estática em um livro, como se a vida não fosse dinâmica, sem saber que aquele livro muito mais do que meras regras mostra princípios excelsamente profundos e altamente transcendentes. Lamentável desaperceber-se de que os princípios servem para libertar, e não escravizar; que valores não são subjetivismos ou relativismos vazios, mas uma transcendência ao Absoluto: o Amor, que vai além das palavras, mas não prescinde da razão. Porque inexiste realização pessoal longe da verdade transcendental, nem verdade longe da Perfeição, a perfeição longe felicidade, a felicidade sem Amor.

E, assim, a pessoa humana realiza a sua essência: a felicidade. E o caminho para esta é a transformação da própria deviência à perfeição, a qual não se dá de outra forma se não no Amor. E o Amor não se dá perfeitamente se não no Ser em sentido pleno e absoluto: Deus. E eis a minha grande alegria a, aqui, convosco partilhar: Aquele que efetivamente É – e é impossível realizar o Ser sem o pleno amar – por amor, Se nos revelou no Cristo, ensinando-nos, assim, a amar. E, agora, podemos ser felizes, aprendemos a viver.

 

Alisson Francisco Rodrigues Barreto.

Maceió, 11 de novembro de 2010 (21h18)